Memória Morta
Esquecendo o Mais Importante
Saga: O Demônio
Branco
Episódio 1 -
Corpos na Igreja
O anel do dedo anular da mão
esquerda de Hosana brilhava intensamente, isso indicava que a procura estava
próxima do fim. Tudo levava a crer que a igrejinha abandonada escondia um
segredo. Ao abrir a porta eles viram um cenário abandonado com diversas
cadeiras quebradas, entretanto estavam bem dispostas, destruídas, mas não
modificadas de posição; feixes de luz entravam pelo teto e pelas vidraças dando
certo ar macabro. Alguns cachorros usavam o local como abrigo, mas mostraram
indiferença com a presença dos forasteiros. Não ficaram raivosos pela invasão
de território.
___ segurou a mão de Hosana:
- Não solte minha mão - disse ___ com uma face de tensão.
Hosana apenas sorriu em
contraste com a situação, aparentemente ela gostou de segurar a mão de ___ não
sabia o porquê, mas gostava de segurar sua mão. Quando eles iniciavam sua
investigação, o sino da igreja começou a soar com badaladas rítmicas, algo que
fora escutado pelos aldeões há uma semana quando um casal de jovens da região
sumiu. Eles apertaram suas mãos mais forte, uma forma de enganar
suas mentes lhes mostrando segurança, mas também não podiam desistir, continuam
avançando, chegam ao altar e tentam definir um local para entrar, bem acima
deles um lustre inicia uma soltura instantânea e começa a balançar de forma
pendular fazendo sons estranhos. Os dois olham para cima, tentando identificar
o que acontecia, quando o lustre se soltou e caiu na direção deles, ___ se
agarrou a Hosana e pulou escapando da trajetória do lustre; por pouco desviaram
do impacto, se deslocaram só o suficiente.
Ainda no chão perceberam
quando o teto cedeu e caiu em uma camada circular bem no local que eles
acabaram de sair e bem em cima do lustre. Acima dessa camada estavam dois
corpos abraçados. Hosana gritou e fechou os olhos. ___ tentou desviar o olhar,
mas já tinha visto o suficiente para perceber serem as mesmas roupas descritas
pelos aldeões, as roupas do casal desaparecido.
___ se levantou e gritou:
- Apareça... Seja quem for.
Havia uma poça de água bem a
esquerda deles, a mesma começou a mostrar vibrações e tomar forma
verticalmente. Havia olhos sem definição, um aparente rosto, formou-se um
tronco, braços sem mão definida, as pernas se moviam lentamente, tentando ir em
direção ao casal, movimentos robóticos e incertos. ___ hesitou, perdeu toda sua
coragem, além de perder também suas forças para conseguir correr. Tentou andar
um pouco para trás, mas mesmo esse movimento simples era impossível em meio a
situação. Aquela forma humana se aproximou do corpo da aldeã, o tocou e passou
a absorvê-lo.
O corpo se formou; estava
incompleto, mas não parecia assustador, era apenas diferente. Ao olhar nos
olhos da coisa perceberam lágrimas, não sabiam se era choro ou vestígios de
água. A coisa forçou uma fala, mas tudo que se ouvia eram grunhidos sem significado,
até que um grunhido pode ser identificado:
- Ela disse morram? - questionou Hosana.
- Saia daqui eu tenho um mau pressentimento - Hosana se
negou a sair, se aproximou dele, apertou sua mão e disse:
- Jamais te deixarei pra trás.
First!
ResponderExcluiro/
Bacana po!!
ResponderExcluirA arte ficou massa tb!
nem digo que essa era a mulher samambaia
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